Hoje, já com 50 dias de v
iagem, tenho a impressão de que faz muito mais tempo que iniciamos a jornada. Parece que foi século passado que, de um ensolarado domingo brasiliense, passando por longas escalas em Cuiabá e Campo Grande, encontramos a noite acre e ruidosa de Santa Cruz de La Sierra.
Percorrer culturas tão distintas faz o ponteiro do relógio correr e a vida parar por milésimos fotográficos. Instantes infinitesimais, tão incríveis quanto um deserto de sal, ou doces como um caramelo de coca.
Densidade. É o que torna um dia, uma reles volta da Terra em torno de si mesma, uma grande e fascinante história. E repleta de lugares, pessoas e situações pra lá de inusitadas, nossa viagem é uma verdadeira máquina de grandes histórias. Verdadeiras como o esforço boliviano das Cholitas, onipresentes nas ruas, ônibus, barcos, ilhas e em tudo que existe em seu país. Histórias censuradas como a imprensa chilena, gordurosas como a carne argentina, ou simplesmente desconhecidas, como a alagada Machu Piccho.
O país é pequeno e o tempo voa, mas ainda temos um Urugai inteiro de histórias a encontrar. E talvez um ou dois dias perdidos em Porto Alegre, hablando gauchês fluentemente.
Por enquanto, vamos respirando Buenos Aires (detalhes do "respirar" no próximo post).
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